Hoje estou de folga. Grande coisa, mas vocês já vão entender! Então, fui com meu pai levar meu irmão ao dentista, para fazer a avaliação do aparelho. Passamos na padaria, comemos. Fomos na empresa, pegamos as peças que pai usa para montar as placas eletrônicas (tipo aquelas que tem dentro de quase tudo que existe e a gente fica entortando os resistores quando algo quebra) e voltamos pra casa. Chegando no bairro...
... chegando no bairro encontramos vários policiais na rua. Cada esquina, tinha um de cada lado (é claro, só na rua principal). Uma maravilha, estamos seguros. Não fosse... Um deles fazer sinal pro meu pai enconstar o carro. Aí começa a cena bizarra do dia:
- Documentos do carro e a carteira, diz um policial do meu tamanho, quatro olhos como eu, pesando mais ou menos a mesma coisa e tentando fazer cara de malvado.
- Humpf (isso é um suspiro, daqueles tipo "cala a boca" e vai atrás de bandido), fez o meu pai entregando os documentos.
- Algum problema, pergunta o brigadiano.
- Sim, vários, responde meu pai. Preciso ir pra casa trabalhar.
(nessa hora o policial fez uma cara que não sei explicar o que queria dizer)
...
Mais ou menos uns dez minutos com os documentos. WTF? Era pra conferir com código morse? Telepatia? Quanda demora. Aí volta o policial:
- Abre o porta malas.
- Hump, fez meu pai de novo. (lembrando, tinhamos buscado peças, logo o porta malas estava lotado de caixas).
- O que é isso? (como assim, tu não é policial? Não tá vendo que são caxias de papelão?! Tá na dúvida, abre e olha)
- Material pro meu trabalho, responde meu pai. Nisso eu já tava fora do carro, do lado do outro policial que nem abriu a boca. Aí meu pai solta: "Será que dá pra ir rápido e resolver logo isso aí, tô com pressa". Pensei, pronto fudeu. O brigadiano vai ficar puto e prender todo mundo. Eis que tive a brilhante idéia:
- Como é o nome do colega de vocês que trabalha de noite, perguntei. Um moreno, completei.
- Aì o malvadinho meu olha e pergunta: "moreno ou negro"? Caralho FDP, eu sei o que é um moreno e um negro, se fosse negro, ia dizer que era negro. (essa última parte só pensei)
- Moreno.
- Teu o blabla, o blabla e o blabla.
- Acho que é esse último, respondi! Sabe o que é, continuei. Fui assaltada há uns dois meses, aqui na rua, perto da loja tal (não vou fazer propaganda) e fiz minha ocorrência com ele, ele me atendeu e tudo. Queria saber se acharam alguma coisa.
***
- Tudo certo, pode ir, disse o mesmo polícial pro meu pai. Daí, pra não parecer idiota, meu pai e meu irmão foram e eu fiquei conversando com os dois. oO Meta número um, ok. Ninguém preso.
- Pois é, mas pra tu ver isso, tem que ser lá na Civil. Me informou o ombre de la lei!
- A bom. Aproveitando, queria saber se hoje de noite vocês vão tá pela rua. É que tenho inglês e vou pegar ônibus no mesmo lugar. Nunca se sabe né?! Completei.
- Acho que não. Ficamos na rua até um certo horário, depois só com a viatura.
Pausa drámatica. E eis que vem mais uma cena memorável.
- Ele é teu marido? Pergunto o poliça!
WTF? Tá loucão de pó?
- Não, ele é meu PAI, e aquele é meu IRMÂO.
Outra pausa dramática.
- Então tá, finalizei, se eu for assaltada hoje a noite, de novo, vocês vão me ver lá no posto da Brigada.
- Pois é, a gente não pode fazer nada. (WTF? again)
Moral da hisória: é muito melhor ser jornalista que policial, pelo menos a maioria dos jornalistas acreditam que podem e vão fazer algo pro bem. Os policiais já se conformaram com a situação deles...
FATOS VERDADEIROS, ISSO REALMENTE ACONTECEU HOJE!
